domingo, 21 de julho de 2013

CARTA DE UMA MÃE. por Fernanda Afonso

Desditosa pátria esta que ofereci a meu filho... Contra ti ergo o clamor silencioso da dor de quem tem "uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma". Pátria rude e tosca esta que tão mal trata os filhos, que lhes nega os sonhos, que lhes adia a vida, condenando-os a eternos meninos de sua mãe. Não lhes concedes um voo, nem rasteiro. Eles merecem as asas que forjaram, eles têm o direito a SER e a ACREDITAR. Não lhes acenes, pátria, com slogans bacocos, com mundos virtuais e saídas douradas para o mundo , acenando lógica da globalização. Vê a triste condição tua : és CRONOS que devorava os próprios filhos!
Ó desditosa pátria que não mereces o meu filho, nem o de outras mães e pais que tos deram à nascença crentes que te fariam grandiosa e te orgulharias deles. . E fariam... se não te tornasses tu, mísera e mesquinha, tão amiga de devoradores de "fazendas e reinos" (P. A.Vieira diz-te algo? Não? Normal ... os teus prosélitos conhecem números manipulados), esquecida da tua obrigação de "mátria".
Faz hoje 27 anos que te ofertei o meu filho.. Que erro de casting! Do orgulho que o fiz sentir por ti, pouco restará .. . , pois não passas,hoje, "cadáver adiado" sem "hora" para renovo.

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