OS CIGANOS E AS REDES SOCIAIS…
Por Kira
Barreiro
Encontramo-nos
às terças e sábados aqui, nos Casquilhos, no Mercado do Levante. As
nossas conversas, entre três minis do intervalo,
são sempre as mesmas:-“ ai primo tás na mesma, pagas uma mini?
Eu pago e a seguir mais duas rodadas, uma do André e outra do Sérgio,
sempre à`pressa, que não é muita… - isto tá tão mali, primo Kira… - que
desgraça ! Parecemos pintores como tu… sempre á rasca!” Deixem lá,
primos… há-de melhorar resmungo, docemente, eu.
Tenho lido no facebook
vários ataques à etnia cigana por receberem o Rendimento Social de
Inserção, sem nunca terem descontado, uma só vez, para a Previdência
Social.
Ora isto a mim revolta-me. E porquê? Eu explico, depois de contar uma breve história passada aqui na C.M.B..
Um utente, cigano, apareceu pelas instalações do Município, três manhãs seguidas aos gritos de, já por fim, dizer que “eu parto, por Deus, esta merda toda se não me metem o ralo na banhêra da minha casa no Bairro das Minas..Cada manhã que aqui venho “perdo” 8 contos só por causa do ralo que ficaram de pôr e , não mais lá foram!!!É uma vergonha… na posso dar banho às minhas criancinhas, coitadinhas, que é um gastor de água que só Nossa Senhora de Agrela sabe!”.
No 3º dia entrava ao serviço um amigo engenheiro, cujo nome não me autorizo a escrever, e ouviu aquele escarcéu todo. – Então amigo, que se passa, que barulho é este, o que é que você quer? – Ai senhor, estou farto de gritar com esta malandragem toda… e é só promessas… há oito dias que venho aqui pedir que me ponham o ralo na banhêra lá da minha casa e sabe o senhor? Ninguém me dá atenção. Cada manhã que aqui venho perdo 8 contos e é um grande prejuízo para mim, como deve o senhori calcular! –Ai sim?, interrogou o engenheiro. – Sim, mê senhori! Eu parto isto tudo, já disse, e depois vão ver a gana que eu sou! Oito contos, senhori, cada manhã que eu perdo”. – O senhor, respondeu o engenheiro, mora nas casas da Câmara… e está-me a dizer que perde 8 contos todas as manhãs que aqui vem barafustar? – Sim senhori e às vezes até perdo mais!- Ah! Então o senhor ganha por dia 16 contos e tem direito a casa no Bairro Económico da Câmara ?...? Já vamos ver isso! – Ai senhori doutori, desculpe-me, devo estar a mentir – o senhor é cá gente importante – oh senhori doutori, desculpe lá, é só os nervos. Deixe estar. Vossa mercê tem mesmo cara de boa pessoa, deve ser um anjo que os meus olhos estão a ver neste momento… atão diga-me lá senhori doutori,se me custa alguma coisa pôr o ralo, que quaisquer quinze mil réis resolve ? Deixe lá isso, que tenha um bom dia, que Deus sempre lhe dê uma vida risonha e que o Pai do Céu o proteja. Adeus senhori doutori e desculpe se alguma palavra menos bondosa disse.”!
O cigano saiu mais depressa do Município que o TGV do Governo Sócrates ! Nunca mais ninguém o viu!
Agora, depois do que parece uma anedota, quero dizer-lhes que tenho amigos ciganos como o André, português, cigano, comerciante de Lacostes e do Sérgio, seu filho, português, cigano e vendedor de Nikes. Encontramo-nos às terças e sábados aqui, nos Casquilhos, no Mercado do Levante. As nossas conversas, entre três minis do intervalo,
são sempre as mesmas:-“ ai primo tás na mesma, pagas uma mini?
Eu pago e a seguir mais duas rodadas, uma do André e outra do Sérgio, sempre à`pressa, que não é muita… - isto tá tão mali, primo Kira… - que desgraça ! Parecemos pintores como tu… sempre á rasca!” Deixem lá, primos… há-de melhorar resmungo, docemente, eu.
Pois é! Falam português, são portugueses, trabalham - todos os ciganos a ciganas trabalham e até os putos ciganitos às vezes dão uma mãozinha (!!!).Porque será que recebem o RIS ? Não sei se o André e o Sérgio recebem mas se receberem têm esse direito e agora mais que nunca! E sabem porquê ? A malta sempre ligou a etnia cigana aos roubos. À gatunagem! Ao desaparecimento de coisas alheias, quero dizer! Mas isso era “intigamente”. Hoje, alguém tomou o seu lugar e os roubos, a corrupção, os desvios, a lavagem de dinheiro, está entregue a outros senhores que não são ciganos, são portugueses, doutores, governantes, gestores, advogados, etc. e tal. Ora, perante a concorrência e contrariando a Dra. Candida Oliveira, de que não há corrupção em Portugal, nem desvios e branqueamento de capitais, nem o caso do BPN vale um ralo de uma banheira, os senhores que tomaram o lugar dos ciganos do antigamente – têm que ter a compreensão de nós todos. Estou-me só a lembrar do Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Duarte Lima, etc e tal, para já não falar das acções “oferecidas” ao Presidente da Republica que só num ano deram de lucro… o suficiente para fazer um ror de banheiras ou um bairro para pessoas como eu, que tenho uma reforma de merda, menor que a renda da casa. Agora, oh primos, digam lá, não é mais saudável beber umas minis com o André e o Sérgio? Nunca esquecendo o que o Sérgio me disse há muito tempo:”- eh pá primo, sou teu amigo, sou cigano, por isso mesmo, amigo…nunca confies em mim!”. Uma coisa que o Passos Coelho, o Portas e o Cavaco, NUNCA ME DISSERAM!
Vai uma rodada de “minis”?
kira
Ora isto a mim revolta-me. E porquê? Eu explico, depois de contar uma breve história passada aqui na C.M.B..
Um utente, cigano, apareceu pelas instalações do Município, três manhãs seguidas aos gritos de, já por fim, dizer que “eu parto, por Deus, esta merda toda se não me metem o ralo na banhêra da minha casa no Bairro das Minas..Cada manhã que aqui venho “perdo” 8 contos só por causa do ralo que ficaram de pôr e , não mais lá foram!!!É uma vergonha… na posso dar banho às minhas criancinhas, coitadinhas, que é um gastor de água que só Nossa Senhora de Agrela sabe!”.
No 3º dia entrava ao serviço um amigo engenheiro, cujo nome não me autorizo a escrever, e ouviu aquele escarcéu todo. – Então amigo, que se passa, que barulho é este, o que é que você quer? – Ai senhor, estou farto de gritar com esta malandragem toda… e é só promessas… há oito dias que venho aqui pedir que me ponham o ralo na banhêra lá da minha casa e sabe o senhor? Ninguém me dá atenção. Cada manhã que aqui venho perdo 8 contos e é um grande prejuízo para mim, como deve o senhori calcular! –Ai sim?, interrogou o engenheiro. – Sim, mê senhori! Eu parto isto tudo, já disse, e depois vão ver a gana que eu sou! Oito contos, senhori, cada manhã que eu perdo”. – O senhor, respondeu o engenheiro, mora nas casas da Câmara… e está-me a dizer que perde 8 contos todas as manhãs que aqui vem barafustar? – Sim senhori e às vezes até perdo mais!- Ah! Então o senhor ganha por dia 16 contos e tem direito a casa no Bairro Económico da Câmara ?...? Já vamos ver isso! – Ai senhori doutori, desculpe-me, devo estar a mentir – o senhor é cá gente importante – oh senhori doutori, desculpe lá, é só os nervos. Deixe estar. Vossa mercê tem mesmo cara de boa pessoa, deve ser um anjo que os meus olhos estão a ver neste momento… atão diga-me lá senhori doutori,se me custa alguma coisa pôr o ralo, que quaisquer quinze mil réis resolve ? Deixe lá isso, que tenha um bom dia, que Deus sempre lhe dê uma vida risonha e que o Pai do Céu o proteja. Adeus senhori doutori e desculpe se alguma palavra menos bondosa disse.”!
O cigano saiu mais depressa do Município que o TGV do Governo Sócrates ! Nunca mais ninguém o viu!
Agora, depois do que parece uma anedota, quero dizer-lhes que tenho amigos ciganos como o André, português, cigano, comerciante de Lacostes e do Sérgio, seu filho, português, cigano e vendedor de Nikes. Encontramo-nos às terças e sábados aqui, nos Casquilhos, no Mercado do Levante. As nossas conversas, entre três minis do intervalo,
são sempre as mesmas:-“ ai primo tás na mesma, pagas uma mini?
Eu pago e a seguir mais duas rodadas, uma do André e outra do Sérgio, sempre à`pressa, que não é muita… - isto tá tão mali, primo Kira… - que desgraça ! Parecemos pintores como tu… sempre á rasca!” Deixem lá, primos… há-de melhorar resmungo, docemente, eu.
Pois é! Falam português, são portugueses, trabalham - todos os ciganos a ciganas trabalham e até os putos ciganitos às vezes dão uma mãozinha (!!!).Porque será que recebem o RIS ? Não sei se o André e o Sérgio recebem mas se receberem têm esse direito e agora mais que nunca! E sabem porquê ? A malta sempre ligou a etnia cigana aos roubos. À gatunagem! Ao desaparecimento de coisas alheias, quero dizer! Mas isso era “intigamente”. Hoje, alguém tomou o seu lugar e os roubos, a corrupção, os desvios, a lavagem de dinheiro, está entregue a outros senhores que não são ciganos, são portugueses, doutores, governantes, gestores, advogados, etc. e tal. Ora, perante a concorrência e contrariando a Dra. Candida Oliveira, de que não há corrupção em Portugal, nem desvios e branqueamento de capitais, nem o caso do BPN vale um ralo de uma banheira, os senhores que tomaram o lugar dos ciganos do antigamente – têm que ter a compreensão de nós todos. Estou-me só a lembrar do Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Duarte Lima, etc e tal, para já não falar das acções “oferecidas” ao Presidente da Republica que só num ano deram de lucro… o suficiente para fazer um ror de banheiras ou um bairro para pessoas como eu, que tenho uma reforma de merda, menor que a renda da casa. Agora, oh primos, digam lá, não é mais saudável beber umas minis com o André e o Sérgio? Nunca esquecendo o que o Sérgio me disse há muito tempo:”- eh pá primo, sou teu amigo, sou cigano, por isso mesmo, amigo…nunca confies em mim!”. Uma coisa que o Passos Coelho, o Portas e o Cavaco, NUNCA ME DISSERAM!
Vai uma rodada de “minis”?
kira
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